quarta-feira, 21 de novembro de 2007

"O ESPÍRITO HOMICIDA DOS VINHATEIROS"



Leia Marcos 11 e 12


“Eis o filho; matemo-lo, e a herança será nossa!” — disseram os vinhateiros quando decidiram matar o Filho do Dono da Vinha.

Com efeito, tanto se opuseram contra o Filho antes de o matarem que Jesus chegou a dizer que eles pecavam contra o Espírito Santo, pois, mesmo reconhecendo “o dedo de Deus” operando em Jesus, ainda assim chamavam-no de demônio e atribuíam Suas obras a Satanás.

Depois, quando viram que a ressurreição de Lázaro de Betânia era inquestionável, pois o morto já era de quatro dias e já cheirava mal, decidiram matar Lázaro a fim de eliminarem a evidência do milagre.

Posteriormente, eles decidiram que era a “hora certa” para matar Jesus antes que fosse tarde demais, pois viam que se O deixassem vivo, poderiam perder o único poder que tinham, que vinha da força que o Império Romano lhes dava, concedendo que eles tivessem grande poder sobre o povo, controlando os negócios do templo, representando o Deus de Israel na Casa de Deus e cobrando impostos em Seu nome.

E mesmo quando os guardas da tumba de Jesus disseram que anjos haviam aparecido e que o corpo de Jesus saíra de dentro dos próprios lençóis onde Ele havia sido posto — isso sem falar que a pedra de mais de uma tonelada também estava removida para o lado —, ainda assim eles preferiram dizer que era um “embuste”, que o corpo havia sido roubado, e compraram o silêncio dos guardas.

Sim, eles fariam qualquer coisa para não perder o poder sobre a Vinha!

Ora, nessa parábola, além do aplicativo imediato dela que segue explicado na própria leitura dos evangelhos, há uma declaração acerca da grande tentação que sofrem os que se consideram “trabalhadores da Vinha”, os quais, muito sutilmente, podem se sentir “donos dela”.

Nos dias de Jesus eles O mataram, conforme a parábola da Vinha já previa. Nos nossos dias, entretanto, isso tem a ver com matar o Evangelho da Graça e da Liberdade em Cristo e ressuscitarem a Lei do Medo e da Morte, visto que o Evangelho do Filho lhes tira das mãos o poder no qual se viciaram.

Ora, nem mesmo para o Filho de Deus eles querem entregar o poder da gestão da Vinha. Assim, a maioria dos “vinhateiros modernos” sabe o que é o Evangelho. Sim, porque nem um louco que saiba ler conseguirá deixar de sentir o espírito de Jesus no Evangelho. Portanto, o que fazem é deliberadamente “matá-lo”, pois a prevalência do Evangelho acaba com o Templo como negócio e acaba com o negócio no Templo. Ou seja: acaba com a religião como lugar de representação de Deus e, além disso, entrega todo poder ao Filho.

Ora, nós dizemos que Ele é a Videira Verdadeira, que Ele é a Pedra Angular, que Ele é Deus, e muito mais. Dizemos a toda hora que a Ele pertence a honra, a glória, a riqueza, e o louvor. E cantamos as maiores exaltações e elogios a Ele. Isso desde que Ele não apareça. Pois se Ele aparecer como Ele hoje aparece, que é como manifestação do Evangelho da Graça, os mesmos que "a Ele levantam as mãos” são os que mais odeiam a manifestação da Graça, fazendo de tudo para “matá-la”, posto que o poder deles vem justamente da ausência do Evangelho em seus cultos “evangélicos”.

Sim, é no vácuo do Evangelho que eles criaram “o evangelho segundo os evangélicos”, o qual é a própria negação do Evangelho. Sem falar que pela ressurreição das leis, dos sacrifícios, das barganhas e da volta ao judaísmo, eles, como afirma Paulo, crucificam o Filho de Deus pela segunda vez e pisam sobre o Sangue da Aliança.

Desse modo, irmãos, eu não creio que os “presentes vinhateiros” tenham coragem de entregar a Vinha a Seu Dono, pois já estão possuídos pelo espírito dos vinhateiros que mataram historicamente o Filho.

Quem quer que tente tomar posse da Vinha contra a legitimidade do Filho, esse é “vinhateiro assassino”. Sim, esse diz: “Eis o Evangelho. Matemo-lo; e, conforme nossa vontade, tomemos posse de sua herança!”

Esse é o perigo sob o qual nos colocamos quando nos deixamos tomar pelo espírito dos “vinhateiros”.

Pense nisso!


NEle,


Caio

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