sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

PIRÂMIDE E ESFINGES FEITAS DE TEMPO, ESPAÇO E HISTÓRIA



Por: Caio Fábio (www.caiofabio.com)

E se todos os personagens que edificaram e visitaram essas duas obras da Civilização Humana (Pirâmide de Quéops e a Esfinge) aparecessem em superposição atrás de mim e da Adriana [considerando que nós dois tivéssemos sido os últimos humanos que ali tivessem estado] — quem e quais figuras surgiriam atrás de nós contemplando e ou edificando as obras ali feitas há milênios?

Para não irmos até os tempos e personagens pouco conhecidos pela maioria [e aqui não é meu desejo fazer uma “genealogia de personagens significativos” que ali estiveram] — pode-se, entretanto, afirmar para os que do passado só conhecem personagens bíblicos, religiosos ou dos Épicos mais recentes, que de Noé em diante, passando por Abraão, Jacó, José e seus irmãos e irmãs, Moisés e todos os hebreus que o antecederam durante 430 anos; Alexandre [o Grande], Julio César, Cleópatra e Marco Antônio; José, Maria e Jesus; Agostinho, os Cruzados, Napoleão, e todos os grandes líderes políticos dos últimos 80 anos, ali estiveram; e, com eles, todos os milhões e milhões de seres humanos comuns como Adriana, eu e o grupo de amigos do Caminho que conosco estavam, apareceriam em superposição formando um cenário com cara de reunião do Juízo Final, tantos foram e são os que por ali passaram e passam — sempre fascinados pelas obras dos antigos e extintos egípcios.

Certos lugares se tornam maiores do que suas próprias edificações, e, assim, passam a ser parte do imaginário universal, tornando-se arquétipos que moldam a imaginação de gente que nem lá esteve.

Entretanto, afora Jesus, todos os que estiveram na terra dos Faraós, tiveram outra visão do lugar em relação àquela que configura a percepção da maioria das pessoas que enxergaram a Terra como Planeta visto desde o espaço, e que testemunharam o homem na Lua ou seus aparatos pousando em Marte.

Além disso, foi na nossa geração que os humanos perceberam a Terra como planeta real e não apenas imaginado.

Antes das viagens espaciais o Planeta Terra era apenas um conceito, porém depois passou a ser uma massa concreta e vista de fora como um todo.

Ora, essa mudança de paradigma percepcional foi mais importante do ponto de vista da auto-percepção humana do que se pode imaginar.

De fato, paradoxalmente, foi o ínfimo átomo que nos revelou a visão das grandes massas cósmicas e nos deu o poder de ver a Terra como um planeta exposto aos olhos de todos.

Foi a revolução atômica que levou o homem ao espaço e, por conseguinte, deu a ele o poder de se ver de outra perspectiva.

Até a nossa visão da História humana muda depois que a nossa mente se torna interplanetária. Afinal, é a mesma visão ampla, macro, e exorbitante do espaço, o impulso que nos leva a ver o que acontecia na Terra na simultaneidade dos eventos que a história nos narra.

Assim, é possível ver as grandes construções da humanidade serem erguidas quase simultaneamente, bem como é factível verificar que houve troca inconsciente de informação generacional entre os humanos que habitavam continentes distintos.

Ver a Terra como um todo [desde o espaço] abre a mente para ver a História como um tabuleiro no qual se pode enxergar também o todo da Civilização.

Ora, esta visão das coisas se instalou em mim como lente da qual não consigo me livrar.

Assim, quando olho para qualquer coisa sempre o faço com a visão da multiplicidade de observadores de cada coisa que já tenha sido vista ou percebida pelos que existiram antes de mim.

Em minha opinião quanto mais se veja tudo assim, mais se tem a chance de não ficar olhando apenas o próprio umbigo.

De fato, esta mudança de paradigma é justamente aquilo que a Religião no Ocidente jamais pôde incorporar ao seu olhar do Universo e da Terra.

Por enquanto é isto, e quem entender entendeu!

Caio

07/01/08
Lago Norte
Brasília
DF

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